Fumar maconha, seja ocasionalmente ou com grande frequência, pode danificar estruturas centrais do cérebro, de acordo com um estudo divulgado pelo site Daily Mail. Segundo a pesquisa, usar a droga, mesmo uma ou duas vezes por semana, pode afetar o tamanho e o formato de duas regiões cerebrais importantes, ligadas à emoção e à motivação.
O uso regular da droga pode encolher a massa cinzenta do cérebro, um importante componente do sistema nervoso central, conforme mostraram vários exames realizados em usuários que fumavam maconha frequentemente. Mas, em compensação, a “massa branca” do cérebro, que conecta diferentes partes do órgão, acaba crescendo para compensar a perda das células vitais. O problema gera dificuldades em reagir às informações.
O estudo, que realizou varreduras no cérebro, é o primeiro a investigar o impacto neurológico da droga em usuários de longo prazo. Os resultados adicionaram um peso crescente nas evidências que sugerem que a maconha é mais prejudicial do que se pensa.
Os cientistas, encabeçados por Wayne Hall, principal autor do estudo e conselheiro de drogas da Organização Mundial de Saúde, fizeram uma revisão em dados produzidos por pesquisas nos últimos 20 anos sobre a cannabis sativa. Os resultados mostraram que um a cada seis adolescentes que usam maconha se tornam dependentes da droga. Quando comparado em adultos, a relação é de um para cada dez adultos.
Essa revisão ainda sugeriu que o uso da droga em adolescentes dobra o risco de desenvolver doenças psicóticas, incluindo esquizofrenia.
As varreduras cerebrais mostraram que os usuários que fumam uma média de 3 vezes ao dia, tinham volumes menores da massa cinzenta no córtex orbitofrontal – parte do cérebro envolvida no processamento mental e na tomada de decisões.
“Esta pesquisa é única porque combina três técnicas de imagens de ressonância para avaliar diferentes características do cérebro”, disse a Dra. Sina Aslan, da Universidade do Texas.
Ao total, 48 adultos foram estudados com idades entre 20-36 anos, comparados com outro grupo de 62 adultos não usuários.
A pesquisa trata do consumo da cannabis sativa via tabagismo. Os efeitos das substâncias isoladas da maconha como o canabidiol e tetrahidrocanabinol não foram avaliados.